o fogo da criatividade

Existe uma tendência natural para a exploração e criação livre através da experimentação. Seja qual for a forma na qual nos sintamos predispostos a expressar-nos, carregamos esta chama criativa desde o momento em que nascemos.

Muitas vezes, esta chama mantém-se acesa e a sua intensidade aumenta, porque a criança que a carrega sente o apoio e incentivo de quem lhe é mais próximo nos primeiros anos de vida — influência essencial para um desenvolvimento equilibrado. No entanto, também existem os casos em que este fogo da criatividade é gradualmente diminuído, e muitas vezes apagado, pela repressão e desvalorização deste presente precioso.

Mas quem são estes adultos, que desincentivam esta habilidade inerente, quando outrora foram eles, as crianças que o sentiram?

Seja qual for a nossa experiência ou ambiente no qual fomos inseridos, todos podemos questionar-nos sobre o caminho que desejamos percorrer, sobre as mensagens que gostaríamos de partilhar, sobre os padrões que queremos ou não quebrar. Temos sempre a oportunidade de escolha, a oportunidade de reconhecermos que a responsabilização pela própria vida é essencial, assim como a autoanálise e a capacidade de conseguirmos empatizar connosco mesmos, mas também com o mundo; mantendo a consciência de que as nossas ações afetam inevitavelmente o outro, e que a verdadeira força é mostrada não com a perpetuação de uma negatividade que preferencialmente não teria sido vivida, mas com o renascimento daqueles que mesmo depois de sentirem o que é viver o dia a dia com o fogo da criatividade extinto, relembram as memórias do que um dia foram, — antes dos conflitos, antes dos julgamentos, antes da desvalorização da sua identidade — e encontram na dor destas experiências a faísca que lhes permite reavivar a criança que desejariam ter sido.

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a beleza do dia a dia